Ana Letícia di Fiori, uma amiga querida que estava em Ouro Preto acompanhando o julgamento de Cassiano Inácio Garcia, Maicon Fernandes Lopes, Edson Poloni Lobo de Aguiar e Camila Dolabella Silveira – acusados pela polícia local e pela promotoria de matar Aline Silveira em 14 de outubro de 2001, na cidade de Ouro Preto - MG, durante um suposto ritual satânico motivado por uma “partida” de RPG em que o “perdedor” era assassinado –, acaba de nos informar que o júri popular considerou INOCENTES os quatro acusados.
(Quem é RPGista entende o porquê das aspas e o despropósito dessas afirmações divulgadas constantemente pela imprensa. Mas, para os leigos, um esclarecimento: RPG não é um jogo competitivo, não há perdedores nem vencedores; para não mencionar a absurda associação com o satanismo.)
Enquanto aguardamos mais informações sobre o desfecho do caso, aí vão algumas considerações:
Aline Silveira foi brutalmente assassinada com 17 facadas e seu corpo nu e coberto de sangue foi encontrado no cemitério da Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Ela estava na cidade a passeio, acompanhada da prima Camila e de mais uma amiga. As três haviam se hospedado na república estudantil Sonata, onde moravam Cassiano, Maicon e Edson. A perícia concluiu que os golpes de faca foram desferidos por uma só pessoa, canhota ou ambidestra. Uma parte da arma do crime foi encontrada no local.
É difícil explicar em poucas palavras como a polícia e, mais tarde, a promotoria chegaram à tese de que quatro pessoas teriam participado do assassinato em meio a um ritual/”partida” de RPG. Mas chamava a atenção a superficialidade de algumas supostas provas apontadas pela acusação: o fato de alguns acusados terem o jogo Diablo instalado em seus computadores pessoais; o fato de Cassiano ter retirado da parede de seu quarto um cartaz do filme O corvo; os livros de RPG apreendidos na república Sonata, que nem sequer pertenciam a Cassiano, Edson e Maicon; a suposta quantidade exagerada de bijuterias usadas pela vítima de 18 anos, o que apontaria a presença de outra mulher na cena do crime (?); entre outras.
Nesses quase oito anos de processo, os quatro acusados sempre se declararam inocentes. O único que admitiu conhecer RPG foi Edson e, em sua defesa, fez questão de esclarecer a quem o interrogasse o que era RPG e por que a tese da promotoria, calcada na suposição de que os acusados eram “contumazes” RPGistas, parecia absurda.
Parece que para Cassiano, Maicon, Edson e Camila, enfim, o pesadelo da acusação – ao que tudo indica, injusta – finalmente terminou. Infelizmente, depois de tantos anos agarrando-se a um caso que desafiava o bom senso, os órgãos de justiça envolvidos talvez tenham deixado escapar qualquer pista que pudesse levar à identificação e à captura do verdadeiro assassino. A família da vítima e a sociedade em geral continuarão assombradas pela pergunta: “Quem matou Aline Silveira?”.
O caso de Ouro Preto entra para a lista internacional de acusações equivocadas à prática do RPG. À semelhança do que já ocorreu em outros países, é bom saber que aqui no Brasil a razão também prevaleceu.
Por MC Zanini
A batalha dos Deuses – O jogo
Há 4 semanas
é infelizmente as pessoas ainda insistem q RPG e coisa satanica, eles deveriam é procurar saber as boas coisas q o RPG tras, como por exemplo, o hábito de ler, aprender a trabalhar em grupo e etc....
ResponderExcluiresse preconceito ainda vai demorar a acabar, infelizmente
infelizmente tem pessoas que estão levando os jogos como RPG Muito a Sério, Mesmo que os jogos dão grande prazer , não deveriam ocorrer na vida real, não deveriam acontecer devido a religiosidade do jogo e devido a sua religião, mesmo sendo uma Religião ou Ceita Satanica
ResponderExcluirDe : Decko Christ