quarta-feira, 19 de agosto de 2009
OURO Preto-caso Aline Silveira por MC Zanini
(Quem é RPGista entende o porquê das aspas e o despropósito dessas afirmações divulgadas constantemente pela imprensa. Mas, para os leigos, um esclarecimento: RPG não é um jogo competitivo, não há perdedores nem vencedores; para não mencionar a absurda associação com o satanismo.)
Enquanto aguardamos mais informações sobre o desfecho do caso, aí vão algumas considerações:
Aline Silveira foi brutalmente assassinada com 17 facadas e seu corpo nu e coberto de sangue foi encontrado no cemitério da Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Ela estava na cidade a passeio, acompanhada da prima Camila e de mais uma amiga. As três haviam se hospedado na república estudantil Sonata, onde moravam Cassiano, Maicon e Edson. A perícia concluiu que os golpes de faca foram desferidos por uma só pessoa, canhota ou ambidestra. Uma parte da arma do crime foi encontrada no local.
É difícil explicar em poucas palavras como a polícia e, mais tarde, a promotoria chegaram à tese de que quatro pessoas teriam participado do assassinato em meio a um ritual/”partida” de RPG. Mas chamava a atenção a superficialidade de algumas supostas provas apontadas pela acusação: o fato de alguns acusados terem o jogo Diablo instalado em seus computadores pessoais; o fato de Cassiano ter retirado da parede de seu quarto um cartaz do filme O corvo; os livros de RPG apreendidos na república Sonata, que nem sequer pertenciam a Cassiano, Edson e Maicon; a suposta quantidade exagerada de bijuterias usadas pela vítima de 18 anos, o que apontaria a presença de outra mulher na cena do crime (?); entre outras.
Nesses quase oito anos de processo, os quatro acusados sempre se declararam inocentes. O único que admitiu conhecer RPG foi Edson e, em sua defesa, fez questão de esclarecer a quem o interrogasse o que era RPG e por que a tese da promotoria, calcada na suposição de que os acusados eram “contumazes” RPGistas, parecia absurda.
Parece que para Cassiano, Maicon, Edson e Camila, enfim, o pesadelo da acusação – ao que tudo indica, injusta – finalmente terminou. Infelizmente, depois de tantos anos agarrando-se a um caso que desafiava o bom senso, os órgãos de justiça envolvidos talvez tenham deixado escapar qualquer pista que pudesse levar à identificação e à captura do verdadeiro assassino. A família da vítima e a sociedade em geral continuarão assombradas pela pergunta: “Quem matou Aline Silveira?”.
O caso de Ouro Preto entra para a lista internacional de acusações equivocadas à prática do RPG. À semelhança do que já ocorreu em outros países, é bom saber que aqui no Brasil a razão também prevaleceu.
Por MC Zanini
RPG na sociedade
E quantas vezes já escutei um monte de besteiras sobre o jogo, e tive que estudar bastante para responder da melhor maneira possível sobre o RPG, ainda mais na época de eventos que terminaram por acusar o RPG de culto a sei lá o que...RPG não é um jogo de azar, não existem perdedores e vencedores, apenas uma história sendo contada, os dados não envolvem apostas em dinheiro e muito menos decidem de maneira mística o destino dos jogadores. Quando temos encontros de RPG, não temos cultos, os encontros são eventos em que os jogadores e mestres se inscrevem para participar de sessões de jogo e se divertir! Uma excelente oportunidade para fazer novos amigos, conhecer novos títulos de RPG e formar novos grupos, alias, fazer novos amigos é apenas um, dos vários benefícios que este hobby é capaz de oferecer. Professores, psicólogos e pedagogos já descobriram o potencial educativo do RPG, não é a toa que tivemos coleções de livros didáticos, como o português em outras palavras, que procuravam explorar o RPG de forma educacional, estimulando o aluno a inventar e sofisticar narrativas, participando de atividades que envolvem história, sociologia, geografia e outros. Sou professor de geografia e com certeza sei do potencial do RPG dentro do processo de educação. Existem muitos livros e suplementos de RPG que são baseados em fatos, lugares e pessoas reais. Como Gurps Império Romano, Desafio dos Bandeirantes...
O estimulo a leitura então, nem se fala, primeiro que para jogar é preciso ler os módulos básicos e suplementos. Construir um personagem, montar o seu background de acordo com o cenário onde se passa a aventura enriquecem o conhecimento. Mas acho que a palavra que procuro para este artigo é socialização. Todo conhecimento adquirido no RPG, e não só o conhecimento sobre geografia ou história, mas o de trabalho em equipe e o de comunicação são aplicados no dia a dia. O RPG se mostra como forma de obter ensinamentos parecidos com o das animações japonesas, que possuem animes como Pokemon e outros que tratam de companheirismo e amizade. Aplicar as boas coisas que se aprende e assimilar para as nossas vidas estas boas coisas é uma forma de se viver bem e de se melhorar a cada novo conhecimento. O foco é aprender a discernir as coisas que aprende, tornando a aventura da vida mais extraordinária, e embarcar nas aventuras fantásticas contadas nas diferentes mesas de RPG espalhadas pelo mundo é um maneira divertida de abrir os olhos para uma nova perspectiva de mundo. O limite do potencial do RPG depende de quem o desenvolve e de que maneira o desenvolve, pois o estimulo a imaginação, a leitura e a amizade mostram os jogos de RPG como à coisa simples que é, desfazendo o mito de jogo complicado ou jogo de maluco que vem a causar tantos problemas ao nosso hobby, imagino então que este artigo venha a ajudar muita gente a compreender melhor o que é o RPG e que chegue nas mãos de muita gente que interprete de forma errônea o RPG .
Leandro Silvio,
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